PriMétodos: o Metadesign da Primata.

15.7.2023

PriMétodos: o Metadesign da Primata.

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PriMétodos: o Metadesign da Primata.

15.7.2023

Artigo #05 | PriMétodos: o Metadesign da Primata.

15.7.2023

PriMétodos: o Metadesign da Primata.

PriMétodos: o Metadesign da Primata.

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Durante anos nós também tentamos utilizar os métodos de design mais famosos e difundidos do mundo, mas todos eles apresentavam limitações quando se deparavam com a realidade própria de cada projeto que aparecia. Esses desafios fizeram com que nos debruçássemos cada vez mais no Metadesign, para adequar técnicas e métodos aos cenários que encontrávamos, e também para adicionar conceitos, princípios e valores da Primata que não eram contemplados pelos métodos tradicionais. Nesse artigo nós falamos sobre esse processo de lapidação que resultou na nossa própria abordagem de Design, mais adequada ao contexto brasileiro que nos deparamos no dia a dia, e versátil a ponto de ser remodelada de maneira única para cada projeto.

Chega a ser impressionante a idolatria com quem “pensa fora da caixa”, como se a criatividade fosse uma habilidade exclusiva de algumas poucas pessoas.

Ironicamente, são raros os ambientes que incentivam de verdade as experimentações e são tolerantes com erros, falhas ou possíveis resultados insatisfatórios de alguma ideia nova.

É como se a equipe ou a pessoa criativa tivesse que ter um momento Eureka na hora certa, o que contraria a própria essência imprevisível do momento Eureka.Nenhum projeto pode ser refém de brilhantismos randômicos, porque isso sim significaria um risco para os investimentos de tempo e dinheiro, assim como uma incerteza com relação aos resultados.

Nesse contexto, o grande desafio é conciliar progresso com segurança e inovação com previsibilidade, o que geralmente é feito com planejamentos e estruturas sólidas, mas também — erroneamente — através da constante busca por brilhantismos individuais.

Nesse artigo nós falamos sobre a essência democrática da criatividade, reforçando a visão de que ela é algo inerente a todas as pessoas, e apresentamos alguns requisitos para que ela possa florescer.

No final, também mostramos um framework próprio da Primata, a Copa do Mundo de Ideias, e mostramos algumas técnicas que ajudam a potencializar a criatividade colaborativa.

Por que somos todos Primatas Criativos?

Uma das nossas grandes referências para a escolha do nome “Primata Criativo” foi justamente essa essência ancestral da criatividade, intrínseca em todos nós desde os primórdios.

Como comentamos aqui, nossos “primos distantes” já faziam design há centenas de milhares de anos, lascando pedras para criar ferramentas e joias.

Pintura rupestre de um javali selvagem, com mais de 45,5 mil anos. Encontrada na Indonésia em

A comunicação gráfica também é uma das nossas linguagens mais antigas, e inicialmente também era usada para transmitir conhecimentos tecnológicos e culturais.

Tão impressionante quanto essas criações terem ocorrido há tanto tempo é o fato de que elas sobreviveram até hoje, o que não seria possível sem técnicas sofisticadas

Isso mostra que a capacidade de imaginar, construir e manifestar algo novo sempre fez parte de nós, e todos podemos fortalecer essa habilidade, é só uma questão de prática e aperfeiçoamento.

A Criatividade como algo de "Superstars"

Por diversas questões, pela forma como a cultura da nossa sociedade se desenvolveu ao longo dos séculos, a criatividade foi sendo separada do dia a dia. Essa cisão ficou ainda mais intensa após a revolução industrial, com as produções em série e massificação.

Hoje vemos a criatividade ser podada desde cedo, na escola ou no lar — e a crença de que a criatividade é uma espécie de dom também vai passando de geração em geração. Que equívoco.

Nesse mesmo sentido, os ambientes sociais também se tornaram cada vez menos tolerantes às experimentações, pois erros resultam em punições.



A Criação de Adão, de Michelangelo.

Com o passar do tempo, a criatividade ficou cada vez mais restrita às manifestações artísticas ou profissões específicas, e aos demais seres humanos, que supostamente não foram abençoados, só resta o trabalho.

Em meio a tudo isso, agora a sociedade nos pede: sejam diferentes, pensem fora da caixa, inovem (mas obviamente sem muitos riscos). Como?

O poder das Tribos Criativas

Depois de tantas experiências boas e ruins, aprendemos na teoria e na prática que para trabalhar com a criatividade, também é preciso saber trabalhar a inteligência do grupo.

Ao invés de esperar pelo brilhantismo de um indivíduo "iluminado", precisamos de dezenas ou centenas de ideias para escolhermos colaborativamente as que tem maior potencial. Duas (ou muitas) cabeças pensam melhor que uma, não é?

No livro O Poder do Nós, os psicólogos Dominic Packer e Jay Van Bavele mostram alguns elementos que tornam grupos mais inteligentes, e a inteligência emocional tem um papel fundamental.

  1. Diversidade: Grupos diversos são mais propensos a ter uma gama mais ampla de perspectivas, o que permite uma melhor geração e avaliação das ideias.
  2. Integridade: Quando as pessoas confiam umas nas outras, elas sentem maior abertura para compartilhar suas ideias, e por isso tendem a ser mais honestas e dar maior abertura para receber críticas.
  3. Tempo: Quando todos se sentem ouvidos e respeitados, o compromisso com a tomada de decisão é maior — ou seja, quanto menos autoritarismo e tagarelice, melhor.
  4. Comunicação: Os grupos que são capazes de se comunicar de forma eficaz são mais propensos a entender uns aos outros e a chegar em consenso. Na práica isso significa evitar picuinhas ou meias palavras.

Quando colocadas em prática, essas quatro diretrizes permitem que a ideias surjam com mais naturalidade e fazem com que as pessoas se sintam mais confortáveis no caótico processo criativo.

As coisas ficam ainda melhores quando temos objetivos claros e todos possuem acesso a informações de qualidade a respeito do projeto.

Instrumentos Criativos

As ferramentas também possuem um papel fundamental para o sucesso da criatividade, sejam elas instrumentos musicais, pinceis, tintas ou lata de spray, um martelo e serrote, uma metodologia ou um framework, enfim...



Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

A evolução do artificial está diretamente ligada a evolução das ferramentas de cada tempo, por isso também é importante ficarmos atentos às tecnologias que permitem a produção criativa.

A Copa do Mundo de Ideias é uma das nossas ferramentas criadas para ajudar a decidir qual a melhor ideia do grupo, utilizando um sistema de rodadas eliminatórias onde diferentes conceitos são colocados frente a frente para saber qual atende melhor os critérios do desafio/objetivo.Esses critérios também são estruturados de acordo com cada projeto, por exemplo, no caso da escolha de um nome: qual soa melhor, qual é mais memorável, quais associações positivas ele promove, entre outros.

Cada um desses critérios "marca um gol" para uma das duas ideias em disputa, o que não impede a possibilidade de um possível empate tanto do próprio critério específico, quanto da "partida", o que é resolvido por um momento de deliberação mais aberto.

Também há um "critério de segurança" para barrar possíveis ideias prejudiciais, como por exemplo, ainda aproveitando o exemplo dos nomes, "possível sensação ruim que ele causa".

Framework da Copa do Mundo dos Nomes, elaborado pela Primata Criativo.

A substituição do brainstorm pelo brainwrite (também conhecido como Técnica de Grupo Nominal) trouxe resultados infinitamente melhores, especialmente ao impedir que aquela pessoa tagarela domine a sessão de ideação. E ao trabalhar as anotações anonimamente, suprimimos egos inflamados e julgamentos que podem ser prejudiciais para o projeto.

No fim das contas, adotamos algo que chamamos internamente de Processo Darwiniano de Ideação: os insights mais fortes ou adaptáveis sobrevivem ao processo de avaliar e testar ideias.

Conclusão

Todas as pessoas são criativas e podem ajudar a imaginar e a criar algo novo, mas se o ambiente não dá abertura para erros, se os encontros não permitem que todos falem, se a chefia intimida ao invés de liderar, se não há confiança entre os membros da equipe e se não há ferramentas apropriadas, nem com toda inspiração do mundo é possível criar algo original e de qualidade.

Se você gostou desse conteúdo, e tem curiosidade para saber mais sobre os nossos métodos e ferramentas, fique ligado porque tem muita coisa boa saindo da fogueira!

Aterrisagem conceitual

Quando falamos sobre métodos, tratamos de duas dimensões diferentes que coexistem e se complementam:

  • Uma relacionada à abordagem mais ampla e sistemática, que planeja o projeto como um todo e organiza suas fases, objetivos e instrumentos específicos para cada momento;
  • outra relacionada às ferramentas necessárias para executar cada fase ou tarefa determinada — ferramenras como como técnica de grupo nominal, desenhos de jornadas, entrevistas, mapas de empatia, formas de prototipação, business canvas model, entre tantas outras.


Origem dos problemas

Grande parte dos métodos que dominaram o mundo da inovação vêm de lugares como Califórnia, Reino Unido, Alemanha e Japão, e por isso não é de se espantar que eles apresentem limitações ao serem aplicados no “copia-e-cola" no Brasil.

⚠️ Esse não é um discurso de apologia ao complexo de vira-lata, mas um sinal de alerta para todas as pessoas que acreditam em fórmulas mágicas, tanto por parte dos prestadores de serviços de inovação quanto pelos possíveis beneficiários desses métodos — empresas, fábricas, startups etc.

No Brasil, a mentalidade quick win (“vitória rápida”) é tão enraizada quanto o feijão-com-arroz, inclusive porque os desafios para inovar na nossa economia são muito complexos.

Mario Bros em uma analogia aos desafios da inovação no Brasil. @Nintendo


As realidades que nos deparamos nesses 10 anos de Primata — e mais de 400 projetos — são muito diferentes dos contextos desses países do norte do globo, especialmente com relação ao nível de investimentos e tempo disponível para colher resultados:

  • O DeepDive, por exemplo, demanda investimentos relativamente muito altos, e costuma demandar vários meses de trabalho.
  • O Design Sprint não é recomendado no formato do livro nem mesmo pelos próprios autores, porque poucas empresas podem se dar ao luxo de dedicar equipes inteiras. Recomendamos a leitura do artigo Por que você deveria fazer Design Sprints mais longos (em inglês).
  • O Diamante Duplo acabou de ser aposentado pelo próprio British Design Council, pois se mostrou ultrapassado em frente aos formatos ágeis atuais.

Para além das metodologias mais amplas, também sentimos necessidade de adaptarmos ferramentas como matriz estética da marca, business e mvp canvas, brainstorm, how might we's, técnica de grupo nominal, entre outras, o que no final também nos motivou a criar ferramentas completamente novas para os nossos métodos, do macro ao micro e vice-versa.

Diamante Triplo

Em meados de 2015 nós iniciamos a consolidação do nosso primeiro método de design, o Diamante Triplo, buscando aproveitar os benefícios dos métodos e ferramentas já consagrados. Tempos depois encontramos o Diamante Triplo da Zendesk e ficamos surpresos com algumas das similaridades.

Gif mostrando o Diamante Triplo da Primata Criativo e o Diamante Triplo da Zendesk.
Diamantes Triplos da Primata e da Zendesk @Primata Criativo


O processo de design ficou definido em três etapas:

  • Cavoucar até encontrar os diamantes brutos, ou seja, as matérias primas da criação e os conceitos fundamentais do projeto: dores, referências, ideias, estratégias etc.
  • Lapidar as ideias para apresentar a todas as pessoas impactadas pelo projeto: usuários, consumidores, stakeholders, engenheiros, desenvolvedores, equipe de marketing etc.
  • Entregar o trabalho de forma técnica e detalhada para as equipes de desenvolvimento e implementação, acompanhando programadores (no caso de produtos digitais) e engenheiros (em produtos físicos) para ajudar a validar versões prévias até o lançamento final.


Imagem de três etapas da lapidação de uma pedra.
Etapas de construção. @Primata Criativo


E se agilizássemos o Discovery e o Setup do projeto, para validarmos as ideias o quanto antes?

Em pouco tempo percebemos que o aprendizado na etapa de validação era tão impactante que acabava redefinindo muitas das premissas definidas no início do discovery. Por que, então, não focar logo nas validações?

Por mais que esse movimento seja comum na indústria dos produtos digitais, em 2015 ele nos parecia totalmente diferente das abordagens para produtos físicos que sempre víamos sendo feitas nas empresas e/ou ensinadas na faculdade.

Mas antes, o Diamante Triplo sofreu um baque que foi determinante nesse processo de lapidação:


Um Hot Dog selvagem aparece.

Projeto Hot Dog / Primata Criativo

Enquanto onosso Diamante Triplo prevê um tempo de trabalho de ao menos três meses, quando recebemos o contato dos nossos parceiros da Gato Preto Classics pedindo um cronograma com validação de design de produto e marca dentro de duas semanas, nós tivemos que agir — e rápido.

Sem tempo a perder, imergimos na identidade da empresa e nas referências que faziam sentido no projeto, assim como nos processos que poderiam ser realizados no curto espaço de tempo.

Em menos de uma semana, apresentamos três caminhos conceituais e direcionamentos técnicos para produção do produto, baseados em diversas referências e inspirações que seriam determinantes para a identidade e a funcionalidade do produto.

Depois seguimos para embalagem e manual. Um dia nós ainda vamos contar mais sobre esse case em um artigo futuro, mas resumindo a história: o amplificador Hot Dog ganhou o Prêmio Objeto Brasil 2016.

Depois do Hot Dog, nosso olhar sobre como poderíamos fazer design mudou radicalmente, e nós continuamos imergindo no metadesign e no metodologismo durante aproximadamente 2 anos até a consolidação do Pique Primata (nossa versão do que seria um Design Sprint mais completo).


Primétodos: nossa abordagem própria para fazer Design

Por experiência, nós já sabíamos que cada projeto demanda certa flexibilidade metodológica, mas acabamos percebendo que o formato de três meses, da forma como acontecia, talvez não fosse o melhor caminho.

Na Campus Party de 2017 assistimos várias palestras que apresentaram diversos livros (listados no final deste artigo) que também foram importantes e serviram de base para a construção da nossa forma de fazer metadesign: os PriMétodos.

Mas agora vamos tentar segurar o nosso lado nerd-metodologista — que cultivamos nos últimos 8 anos — para tentar explicar da forma mais pragmática possível os fundamentos dessa mentalidade.

Antes de pensar nas etapas do trabalho, os fundamentos básicos da nossa abordagem é ético e filosófico. São princípios relaciondos à postura que precisamos ter diante de cada projeto:

Princípios:

  • Saber flutuar do macro ao micro é crucial para o designer;
  • Ser antidogmático e aplicar uma mentalidade científica é o mínimo que se espera em um processo contemporâneo;
  • Co-Design: reduzir para 0 as refações causadas por conflitos de estratégia ou ego;
  • Substituimos PPTs de venda de conceito por processos mais colaborativos, amparados por ferramentas de Visual Thinking;
  • Documentação em tempo real através de workshops no Miro ou similares (e para isso os canvas ajudam bastante na hora de construir ou consultar as informações);
  • Times que tenham diversidade de todos os tipos: formação, gênero, etnia, idade - quanto mais plural o time, mais plurais as ideias geradas e mais crítico ele pode ser;
  • Se possível, substitua reuniões por workshops;
  • Manter-se pragmaticamente focado nos resultados esperados do projeto é muito importante;
  • Ficar sempre atento para saber se não tem como hackear / encurtar alguma parte do projeto sem comprometer os resultados que serão atingidos;
  • Trabalhar unindo técnicas de UX (User Experience) e BX (Branding Experience) em todos os projetos - sempre em tentando criar valor simbólico e experiências memoráveis;
  • Sempre há um viés de grupo e é preciso saber usá-lo a favor;
  • Pensar na experiência dos participantes do projeto é tão importante quanto a experiência de quem será beneficiado por ele;
  • Se for pra copiar o concorrente, é melhor nem nos chamar.

Esses itens não são mandamentos escritos em pedra, são apenas algumas das várias deretrizes que consolidamos com o tempo e achamos importante compartilhar por aqui.

A abordagem:

Nossos métodos funcionam como técnicas de navegação dentro do projeto (afinal muitas vezes somos direcionados para águas desconhecidas), e para guiar essa navegação de forma segura, nós definimos três etapas de abstração:

  1. Saber onde está o Norte: onde estamos e para onde vamos?
  2. Ter um Mapa do Projeto: qual o percurso e distância que estamos dos nossos objetivos?
  3. Montar um Roteiro Detalhado: como um waze, saber exatamente o que fazer em cada momento específico do percurso.

1. Saber o Norte

O primeiro momento exige o maior nível de abstração, e na prática significa saber onde estamos indo com o projeto, o que ele aborda e quais são os resultados esperados.

  • É um produto físico ou digital, ou é um serviço?
  • Almeja melhorar a experiência de consumo (CX)?
  • Melhorar a organização da empresa?
  • Desenhar um modelo de negócio?
  • Uma inovação tecnológica?
  • Digitalização de processos?
  • Acelerar uma startup?
  • Criar uma marca?
  • Contar uma história?
  • Pensar em um formato Circular e de Logística Reversa?

Essas respostas definem o que precisa acontecer no começo e no fim do projeto (inputs e outcomes).

Embora pareça simples, isso pode variar entre um relatório com OKRs ou roadmap, até blueprints de serviços, arte final, modelos 3D, fotografias, modelos de clichês gráficos, recomendações de aquisições, estratégia de mercado e diversos outros formatos.


2. Mapa do Projeto

Depois que sabemos onde está o norte, precisamos entender e mapear os recursos disponíveis (tempo, equipe, equipamentos, recursos financeiros etc.) e definir os volumes de trabalho em cada momento do projeto, de forma relativamente similar às três fases do Diamante Triplo, mas com alguns aditivos.

∅ - Fundação do Projeto:

  • Qual a motivação por trás do projeto?
  • Qual a equipe de trabalho?
  • Quais os objetivos e resultados esperados?
  • Quem está patrocinando o trabalho que será feito?

Ⅰ - Quanto tempo de imersão é estratégico?

  • Quais ferramentas de pesquisa utilizaremos?
  • Será necessária a realização de visitas técnicas ou visitas de campo?
  • Quem são as pessoas envolvidas no projeto? (Stakeholders, usuários, consumidores, funcionários, fornecedores, parceitos etc.)
  • Quem são os atores mercadológicos que competem com o produto do projeto?

Ⅱ - Quantos ciclos de experimentação serão necessários?

  • Como construiremos os primeiros experimentos?
  • Como será realizada a validação das hipóteses?
  • Como saber o momento de parar de experimentar e começar a desenvolver, ou seja, quando o aprendizado é suficiente?

Ⅲ - O projeto prevê uma entrega técnica pontual ou desenvolvimento contínuo?

  • Qual a nossa relevância para o desenvolvimento?
  • Qual o formato da entrega técnica?
  • Qual será a intensidade da nossa participação no desenvolvimento?
  • Como e quando vamos validar as versões de engenharia / desenvolvimento?


3. Roteiro Detalhado

Depois que o Mapa do Projeto está bem definido, conseguimos escolher e adequar nossas mais de 50 ferramentas — que foram criadas ou remodeladas por nós durante todos esses anos.

A maioria das ferramentas é direcionada pelo processo de Visual Thinking, ou seja: temos canvas para cada etapa ou atividade do projeto para registrar as informações necessárias.

Além de definir as ferramentas que serão aplicadas, também definimos como vamos executá-las no projeto:

  • Faremos workshops? (Provavelmente sim, e muitos!)
  • Quem estará envolvido em cada atividade?
  • Quais técnicas e ferramentas usaremos para prototipar e experimentar as ideias?
  • Quais técnicas e ferramentas usaremos para construir a entrega técnica do projeto?
  • Qual será o ritmo de encontro das equipes (agenda de trabalho)?


A construção do roteiro é o momento mais complexo e delicado do metadesign, e não raramente precisa sofrer adequações no meio do caminho, conforme avançamos no projeto.

Quando começamos a beber nas fontes da Agilidade e Formatos Enxutos, ficamos ainda mais empolgados com essa liberdade de adaptar o roteiro conforme as necessidades, porque o senso crítico e a lógica não podem perder espaço diante da fé cega em fórmulas prontas.

Você não entraria com o carro em um lago só porque o waze indicou um caminho errado, não é mesmo?


Michael Scott e Dwitght Schute (The Office) entrando com o carro no lago, após indicação errada do aplicativo.
@The Office


Sim, basicamente todos os projetos terão etapas de análise, definição, ideação, prototipagem, teste e implementação, mas a sequência e o ciclo desse processo, e especialmente a forma como cada uma dessas etapas será realizada, é o que faz toda a diferença. A questão principal não é o que vai ser feito, e sim como.


Parabéns para você que chegou até aqui 🥳🎉👏

É possível que isso indique que você é uma pessoa nerd e metodologista assim como nós, e talvez queira saber um pouco mais sobre como fazemos tudo isso.

Pode até parecer um pouco caótico, mas com a prática nós ficamos cada vez mais rápidos e proficientes na leitura dos diferentes desafios que surgem todos os dias.

Depois de certo tempo aplicando essa mentalidade, começamos a identificar padrões mesmo entre projetos totalmente diferentes, e os PriMétodos começaram a virar "Produtos de Design", sendo que o nosso grande xodó é o Pique Primata — que merece um artigo só para ele (em breve!).

Sabemos que fazer design é um desafio diferente em cada ambiente onde ele é feito, e tudo muda o tempo todo, mas esse foi o caminho que encontramos e aplicamos na Primata nos últimos 8 anos para atender projetos extremamente diversos em alto nível.

Este artigo foi escrito por diversas mãos e mentes, e esperamos que ele te ajude de alguma forma. Se ele foi útil para você, salve nos favoritos ou compartilhe com outras pessoas que possam se interessar, afinal as abordagens de design não precisam ser exclusivamente importadas ou restritas em livros, e seus benefícios podem ir muito além do mundo do design — como o Design Thinking tem demonstrado.


E não esquecemos das referências que prometemos, aproveite:

  • 101 Design Methods: A Structured Approach for Driving Innovation in Your Organization, de Vijay Kumar.
  • Metadesign: Ferramentas Estratégicas e Ética para a Complexidade, de Caio Adorno Vassão.
  • Lean Inception: Como Alinhar Pessoas e Construir o Produto Certo, de Paulo Caroli.
  • Sprint: O Método Usado no Google Para Testar e Aplicar Novas Ideias em Apenas Cinco Dias, de Jake Knapp, John Zeratsky, Braden Kowitz.
  • Business Model Generation, de Alexander Osterwalder, Yves Pigneur e mais de 400 pessoas.

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